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OFICINAS E MINICURSOS

 

MINICURSO 01 - A PRODUÇÃO SOCIAL DA INFÂNCIA E MEDIDAS DE ACOLHIMENTO: ENSAIOS SOBRE DISPOSITIVOS E FISSURAS

 

A presente proposta pretende problematizar questões relacionadas as temáticas da infância enquanto discurso e produção social, as inclusões perversas promovidas pelo Estado na tentativa de minimizar problemas enfrentados pelas famílias pobres na criação e manutenção de seus filhos e filhas, bem como os processos de adoção de crianças, a história dessa prática e alguns de seus desdobramentos mais atuais. Buscamos pontuar a construção da infância como localizada no tempo e como, historicamente, é possível perceber suas modificações, de modo que há a emergência de um sujeito de direitos outrora inexistente, percebido, inclusive, em condições diferenciadas de desenvolvimento. Estruturas, profissionais e políticas são remanejados para lidar com essa nova realidade e, concomitantemente, a família também passa por transformações, e se localiza idealmente como espaço privilegiado para a criação desses novos sujeitos. A mulher, nesse contexto, exerce uma função que, fortemente, sustentada por um mito referente ao amor materno, determina sua função social de cuidado e educação. Porém, historicamente, quais as possibilidades pensadas para quando a casa deixa de ser um espaço de proteção e passa a um espaço de conflito, de abandono e de negligência? Ou quando mulheres não se sentem mais contempladas pela função materna? E quando a quebra dos ideais envolve também distintas etnias, o que cabe ao Estado? Foucault pensa os dispositivos enquanto conjuntos heterogêneos que englobam discursos, instituições, etc., e que respondem a uma urgência, mantendo uma função estratégica dominante. O dispositivo de institucionalização de crianças permeia vivências de adoção, destituição do poder familiar, diferentes modalidades de acolhimento, afetos, políticas públicas de proteção, uma matriz bioparental, discursos e aparatos judiciais e muita contradição. A proposta desse minicurso é, a partir destes assuntos, disparar inquietações e sensibilizar para fissuras possíveis nesse dispositivo que também perpassam o âmbito da educação, bem como o espaço escolar: territórios que podem ser reprodutores de discursos culpabilizantes ou afirmadores de diferenças e da potencialização da vida.

 

Propositores / Ministrantes:

 

Elisa Mariana Carvalho Ribeiro

Psicóloga e mestra em Psicologia e Sociedade pela UNESP-Assis, residente em Saúde Indígena pela UFGD. Durante a graduação desenvolveu pesquisas com a temática de adoção de crianças e adolescente, e mestrado com a modalidade de acolhimento de crianças em Família Acolhedora.

 

Juliano Ribeiro de Oliveira

Discente do terceiro ano do curso de Ciências Sociais pela UEMS- Amambai. Realizou projeto de extensão na Casa da Acolhida Fraterna de Amambai, instituição de acolhimento de crianças e adolescentes do município.

Observação:

O minicurso será oferecido no dia 06/09, das 13 às 17 horas

 

MINICURSO 02 - MEDICINA TRADICIONAL E AS PRÁTICAS DE CUIDADO DAS MULHERES KAIOWÁ E GUARANI

 

A medicina tradicional é muito presente nas práticas de cuidado entre as mulheres kaiowá e guarani, em todos os tempos de suas vidas. O cuidado é expresso em remédios caseiros preparados com ervas e raízes retiradas do campo e do brejo. Esse cuidado acontece, também, a partir de cantos e rezas que são parte intrínseca da dimensão da espiritualidade kaiowá e guarani. As cuidadoras são as ñandesy (rezadoras), parteiras, avós, mães, tias (entre outras formas de relação feminina) que compartilham com as mais novas a sua pluralidade de saberes. A medicina tradicional é um direito previsto nas políticas públicas de saúde. O cuidado em saúde, em território, é realizado, também, pelos (as) trabalhadores (as) ligados à Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) que, a partir do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, atuam no atendimento em nível de atenção básica em saúde. A medicina tradicional compõe tal política pública de saúde, de forma que é importante o deslocamento dos(as) profissionais para investimento na “costura” com o cuidado tradicional. A presente oficina terá como metodologia a realização de uma roda de conversa com as mulheres kaiowá e guarani, referências tradicionais da comunidade,  na Oga Pysy (casa de reza) da comunidade Guapoy (Aldeia Amambai/MS).  Os pressupostos da Educação Popular em Saúde e os processos de (trans)formação cidadã são perspectivas que orientam a proposta.

 

Propositores / Ministrantes:

 

Lucia Pereira

Graduação em Ciências Sociais pela UEMS de Amambai e mestranda em Antropologia Social pela UFGD de Dourados. É da etnia kaiowá, pesquisa sobre o conflito entre Política de saúde indígena e a Política de saúde das mulheres  Kaiowá da reserva de Amambai MS.

 

Paula Aparecida dos Santos Rodrigues

Graduação em Psicologia pela Faculdade Anhanguera de Dourados, com especialização pelo Programa de Residência Multiprofissional em Saúde com ênfase em Saúde Indígena pela UFGD de Dourados, pós graduanda em Sociedade, Cultura e Ambiente na UEMS de Amambai e Psicóloga na Secretaria Especial de Saúde Indígena (DSEI-MS) no Polo Base de Amambai.

 

Observação:

Local de realização: Oga Pysy (Casa de Reza - Comunidade Guapoy/Aldeia Amambai). O minicurso será oferecido apenas no dia 06/09, das 13 às 17 horas.

 

MINICURSO 03 - A EDUCAÇÃO INDÍGENA E O DIÁLOGO DE CULTURAS

NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

 

A configuração sócio cultural e seus fundamentos epistemológicos dos sistemas educacionais implicam na comunicação entre o universo tradicional e sua contextualização estrutural na formação de professores na perspectiva intercultural crítica. Por isso, esta proposta de minicurso busca dialogar em espaço acadêmico, por um lado, a legislação e os documentos oficiais para efetivação dos programas, diretrizes em que tratam da organização pedagógica escolar indígena e não indígena, por outro lado, que o povo indígena, além de possuir grande riqueza cultural, também faz parte de um processo indissociável da historicidade do país, como exemplo, a região sul-mato-grossense que, hoje, compreende a segunda maior concentração de habitantes indígenas do território nacional e, que o profissional da educação, com inclusão, o não indígena, precisa da compreensão das condições em que este processo transcorreu. Para tanto, nos embasamos na jurisprudência, no percurso dos trinta anos, a partir da promulgação da Constituição Federal\1988 e nos trabalhos de pesquisas antropológicas. Esperamos que, o diálogo de culturas, contribua à formação de profissionais à correção de insuficiências na prática didática escolar pela conscientização do avanço educacional indígena e sobre a necessária ressignificação da organização escolar na garantia do direito humano de igualdade de condições nas relações sociais, em que contrarie a prevalecente universalização dos conceitos eurocêntricos, os quais ao longo das décadas implicaram em reducionismo educacional com a invisibilização, subjugação, como efeito, a exclusão do indígena.

 

Propositores / Ministrantes:

 

Evanir Gomes dos Santos       

Realização de estágio Pós-doutoral pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP); Doutorado e Mestrado em Ciência da Educação (UTCD); Mestrado em Estudos de Linguagens (UFMS); Especialização em Ensino da Língua \ Leitura e Produção textual (UNIC); Graduação em Letras Licenciatura Plena (UCDB). Atualmente faz parte: do banco de consultores AD HOC da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado do Paraná e, também da FUNDECT Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul; membro do Instituto dos Direitos Humanos do MS (IDHMS-JN) e, exerce o cargo efetivo de professora da Rede Pública de Ensino. Atua principalmente com Projtos na prática inter \ transdisciplinar.

 

Getúlio Raimundo de Lima

Pós-doutoramento pela Universidade de Salamanca; Doutorado em Educação (UFMS); Mestrado em Geografia (UFMS) , Bacharel em Ciências Sociais (UFMS), Licenciatura em Sociologia (UFMS), Especialização em Educação, Pobreza e Desigualdade Social (UFMS). Especialização em gestão pública e sociedade (UFT). Desenvolveu atividades de coordenação e formação em órgão do Estado de Mato Grosso do Sul. Membro do Instituto de Direitos Humanos MS (IDHMS-JN). Participou de movimentos sociais, atividades e Cursos na Argentina, Bolívia, Costa Rica, Quênia-África, bem como, em vários estados do Brasil. Membro da Red Latinoamericana y Caribeña de Educación en Derechos Humanos (RedLACEDH), bem como da Réseau international Amérique Latine Afrique Europe Caraïbes (Red Alec). Participa dos movimentos sociais do Estado de Mato Grosso Sul. Questões de pesquisas e estudos: produção capitalista do espaço e teoria do desenvolvimento, educação, direitos humanos, democracia, desigualdade social e trabalho. Atualmente exerce o cargo efetivo de professor na Rede estadual de ensino.

 

José Paulo Gutierrez

Doutor em Educação pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Professor Adjunto na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/FADIR. É Vice-líder do Grupo de Pesquisa Antropologia, Direitos Humanos e Povos Tradicionais (UFMS). Coordena o Projeto de Pesquisa Direitos Humanos, Território e Políticas Públicas. Atua em pesquisas com ênfase em educação indígena e direitos humanos, principalmente nos seguintes temas: educação indígena de crianças Kaiowá, educação para os direitos humanos, direitos humanos e diferença cultural. Tem experiência na área de Administração Pública, Direito, Filosofia e Educação, com ênfase em Direito Humanos, Antropologia e Sociologia Jurídica, Filosofia, Filosofia do Direito e Ética Profissional. Atua como consultor Ad hoc na seleção de propostas de Iniciação Científica na UEMS na Grande Área de Ciências Humanas. Orientador do PIBIC/PIBITI/UFMS VOLUNTÁRIOS 2016/2017 e do PIBIC 2016/2017. Gestor do Protocolo de Intenções com a Universidade de Washington/Tacoma-EUA. Coordenador do Comitê Gestor Institucional do PNUDH da UFMS.

Observação:

O minicurso será oferecido no dia 06/09, das 13 às 17 horas

 

MINICURSO 04 - METODOLOGIA, RECURSOS E ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS PARA O ENSINO DE SOCIOLOGIA ESCOLAR

 

Ementa: O minicurso busca apresentar princípios metodológicos e estratégias para o ensino de Sociologia.

Conteúdos/Temáticas:

  • Princípios metodológicos para o ensino de Sociologia;

  • Dicas de como potencializar a leitura na aula de Sociologia;

  • Dicas de usos do livro didático;

  • Usos da fotografia na aula de Sociologia;

  • Usos de músicas na aula de Sociologia;

  • Usos de vídeos na aula de Sociologia;

  • A charge, o cartum, a tirinha e a história em quadrinhos como recursos didáticos.

Metodologia: O minicurso se processará por meio de exposição oral, sendo apresentados caminhos didáticos, seguidos de exemplos de práticas de ensino de Sociologia para o Ensino Médio.

 

Propositores / Ministrantes:

 

Cristiano das Neves Bodart

Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP). Professor do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e docente do Centro de Educação dessa mesma instituição, onde atua na formação de professores de Sociologia. Editor-Fundador do Blog Café com Sociologia. Integrante da Comissão de comunicação da Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais (ABECS) e editor chefe das revistas Cadernos da Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais (CABECS) e da Revista Café com Sociologia. Coordenador da Unidade Regional-Alagoas/ABECS. Membro do grupo de Estudos e Pesquisas em Ensino de Ciências Sociais/Sociologia (XINGÓ) do Instituto de Ciências Sociais da Ufal.

 

Observação:

O minicurso será ofertado na segunda-feira, dia 03/09, das 13:30 as 16:30.

 

MINICURSO 05 - PRÁTICAS DE ENSINO PARA ABORDAR HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NA SALA DE AULA: BONECAS ABAYOMI; GRAFISMO INDÍGENA E CANTO INDÍGENA

 

A Lei 11.645/08 que sancionou a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena. Tal questão colocou aos docentes o desafio de pensar possibilidades para a discussão do tema em sala de aula. A presente oficina visa oportunizar aos acadêmicos dos cursos de licenciaturas em Ciências Sociais e História, bem como aos docentes da educação básica, do ensino de Sociologia e História possibilidades de práticas de ensino para abordar a temática. Para isso, serão apresentadas formas de expressões culturais: Bonecas Abayomi; Grafismo e cantos indígenas.

 

Propositores / Ministrantes:

 

Kátia Karine (Mestre em educação; Bacharel e Licenciada em Ciências Sociais; docente do curso de Licenciatura em Ciências Sociais/UEMS); Jhon Tailor Chamorro Aquino (Licenciado em História- UEMS; Docente da rede municipal  de ensino da aldeia Amambai); Ana Janet V. Vieira (Ciências Sociais/UEMS); José Maurcio M. Bougleux (Ciências Sociais/UEMS); Maysa L. de Souza (Ciências Sociais/UEMS); Irenice Mendes (História/UEMS); Gregório Barciela ( Ciências Sociais/UEMS).

 

Observação:

Limite de vagas: 20.

OFICINA 01 - O CINEMA E A VISIBILIDADE DA LUTA PELA TERRA KAIOWA

 
A oficina tem o propósito de tematizar a visibilidade da luta pela terra Guarani e Kaiowa no Mato Grosso do Sul em suas interfaces nacionais, internacionais, redes de apoio bem como os sentidos relacionais dessa luta no que tange aos modos como a luta é mostrada, representada, vivenciada por indígenas e não-indígenas, próximos e distantes dela. A pergunta fundamental que será nossa guia se apoia numa relação de aprendizado e num diálogo interepistêmico: como aprender e ensinar, em projetos de realização cinematográfica, a densa paisagem filosófica e as variadas práticas mitopoéticas do povo Kaiowa? Circunscrevemos as possibilidades de resposta a essa pergunta a alguns processos ligados à implantação do Programa de Extensão Imagem Canto Palavra no Território Guarani Kaiowa (UFMG, 2014-ATUAL) — e a uma experiência emblemática de tradução. Enfatizamos que a culminância dessa produção habita em vivas experiências relacionais que contribuíram para uma síntese primeira desse ensino-aprendizado: não se trata de produzir ações pedagógicas com cinema mas de um chamado a aprender a aprender a rezar. Nesse sentido, enfoca a produção cinematográfica colaborativa realizada no território auto-demarcado do Guaiviry (município de Aral Moreira) que culminou em dois filmes: um curta-metragem, Ava Marangatu (Ser Sagrado, 2016, 15") e Ava Yvy Vera (A Terra do Povo do Raio, 2016, 52"). Os filmes serão mostrados e comentados pelos realizadores indígenas que se formaram nessa experiência Genito Gomes, Johnn Nara Gomes e Johnathan Gomes bem como pela coordenadora do Programa de Extensão Imagem Canto Palavra no Território Guarani e Kaiowa.

 

Propositores / Ministrantes:

Luciana de Oliveira (graduada em Comunicação Social, mestre em antropologia, doutora em sociologia e política, professora e pesquisadora do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social, linha de pesquisa Pragmáticas da Imagem), Genito Gomes (cineasta, liderança indígena Aty Guasu), Johnn Nara Gomes (cineasta, liderança indígena RAJ/Aty Kuñangue), Johnathan Gomes (cineasta, liderança indígena RAJ/Aty Guasu).

Observação:

O minicurso será oferecido no dia 06/09, das 13 às 17 horas

OFICINA 02 - O BELO E A JUSTIÇA NOS DIÁLOGOS DE PLATÃO: UMA ORIGEM PARA O SIMBÓLICO?

 

Não é raro encontrarmos na morte de Sócrates o capítulo primeiro da História da Filosofia Ocidental. A partir dela, Platão passará a imortalizar no papel os diálogos protagonizados pelo mestre, fixando as questões que inspirarão dois milênios e meio de reflexão. Dentre tantas, pretendemos destacar duas: O que é o Belo? O que é a Justiça? Tais perguntas circunscrevem um dos objetivos desse curso, que tem ainda como pretensão traçar paralelos possíveis entre o conceito platônico de Idea e a noção de Simbólico, tão comumente tratada pela antropologia contemporânea.

 

Propositores / Ministrantes:

 

Daniel Pícaro Carlos

 

Observação:

O minicurso será oferecido no dia 06/09, das 13 às 17 horas

 

X Semana Acadêmica de Ciências Sociais – UEMS/Amambai

II Encontro de professores de Sociologia do Ensino Médio de Mato Grosso do Sul

SOCIO-LOGIAS:

Ciências Sociais, Educação e Direitos Humanos

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